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SEM NARRATIVA

Filipa Centeio

A obra fala por si. Não há narrativa e, se acaso há, deixo que seja a de cada um
quando observa a peça e a outra peça e a outra... Pode ser que haja algo nesta
série de trabalhos onde o observador se encontre. Ou reveja. Não tenho um
discurso preparado, nem uma mensagem especial. Não há história. Não há uma
lógica nesta linguagem. Estas obras desdobram-se, de umas para as outras, numa
continuidade sem obediência aos padrões formatados no nosso consciente.
Emergem do meu subconsciente com uma liberdade imensa. Uma peça leva-me à
outra de forma quase automática.


Tantas coisas acontecem por acaso - e até o acaso obedece a um sistema, um
conjunto de elementos interdependentes de modo a formar um todo organizado.
O abstrato, a “geometria desconstruída" presente nestes trabalhos, revela-se
aqui como um sonho, são imagens distorcidas da realidade, fragmentos,
memórias das quais só ficaram pedaços que se vão fundindo. Bidimensional ou
tridimensional? Vemos o que queremos. Sem fronteiras ou limitações.


Que a leitura fique para o espetador. Que a minha liberdade de criar contagie os
demais.

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